Através da literatura e brincadeiras visuais, é possível mostrar às crianças que as aparências podem enganar. Será que tudo é o que parece?
Você já se surpreendeu ao olhar uma ilustração e enxergar algo totalmente diferente do que estava lá? Talvez tenha visto um coelho que, na verdade, era um pato. Ou uma nuvem que parecia um dragão. Assim como na pintura do artista surrealista belga Magritte "Ceci n'est pas une pipe"(1929), (“Isto não é um cachimbo”), essas brincadeiras visuais, tão comuns na infância, revelam algo profundo: nem tudo o que vemos é o que parece.
Aprender a olhar além do óbvio pode transformar a maneira como as crianças constroem suas relações e interpretam o mundo.
Essa ideia pode parecer simples, mas é um ponto de partida incrível para conversas valiosas com os pequenos sobre percepções, julgamentos e, principalmente, sobre como interpretamos o mundo ao nosso redor.
No convívio social, tanto as crianças quanto os adultos tendem a formar opiniões baseadas em primeiras impressões. Muitas vezes, interpretamos gestos ou palavras de forma equivocada, o que pode causar conflitos ou mal-entendidos.
Incentivar as crianças a questionar suas percepções e a considerar diferentes perspectivas contribui para formar adultos mais empáticos e menos apressados em julgar.
O "é ou não é?" vai muito além de um jogo visual — é um convite a ver o mundo (e as pessoas) com mais generosidade e curiosidade.
Confira uma pequena amostra de livros que abrem portas para conversas incríveis sobre o que vemos, pensamos e sentimos. Afinal, explorar o invisível é parte da magia da literatura infantil!
Ah! Clicando nas capas, você pode comprar os livros pelos links e colaborar para a continuidade do meu trabalho, sem pagar nada a mais por isso. Eu agradeço o apoio e a gentileza, desde já.
Isto não é uma cenoura, de Luana Vignon e (il) Caco Galhardo, Editora Miolo Mole
Os leitores são convidados a duvidar do que estão vendo e criar hipóteses para descobrir o que são, afinal, as imagens que parecem cenouras, mas podem ser um dinossauro, uma estrela do mar, um foguete e muito mais.
20 disfarces para um homenzinho narigudo de Marcelo Martinez, Editora Nova Fronteira
A partir de uma base fixa – o homenzinho narigudo – de poucas linhas e muita imaginação, o pequeno leitor poderá ver figuras diferentes de um carinha lá da França até um jacaré com capa de chuva!
Não É Uma Caixa, de Antoinette Portis, Editora Cosac & Naify
Num jogo divertido, o personagem é indagado a cada página sobre o que está fazendo com certa caixa de papelão. E, claro,sempre responde: "não é uma caixa". É quando a ilustração revela o que na verdade a caixa representa para ele.
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